24/02/2015 12:45:00 - Atualizado em 24/02/2015 12:47:00

Policiais fazem campanha contra entrevistas à imprensa

Por Luís Adorno/RedeTV!

Depois de policiais terem feito campanha no Facebook e através do “Whats App” para que agentes em “situação constrangedora” não fossem filmados, uma nova campanha começa a ganhar força nos grupos restritos da rede social e do aplicativo. Batizada de “Operação Silêncio”, a campanha pede para que nenhum policial dê entrevistas à imprensa.

O “slogan” criado para a campanha é: “Policiais que se valorizam exigem respeito e não dão entrevista”. Um policial militar que age na zona leste de São Paulo, e que pediu para não ser identificado, afirmou que a ação começou a se espalhar nesta segunda-feira (23). “É uma forma da gente se precaver, porque muitas vezes distorcem as ações policiais. Colocam a gente como o bandido”, disse à reportagem do portal da RedeTV!.

Contra filmagem de colegas

Reportagem da RedeTV! revelou, em 23 de janeiro deste ano, que policiais fizeram uma campanha pedindo que seus colegas de trabalho não gravassem agentes em “situação constrangedora”. A ação também foi feita através de grupos restritos no Facebook e no Whats App.

(Foto: RedeTV)

São dois os principais tipos de “situações constrangedoras” gravadas pelos policiais. A primeira, e mais constante, é divulgada como um troféu. Trata-se de imagens de agentes torturando psicologicamente suspeitos ou de fotografias de acusados de terem cometido algum crime mortos em suposto confronto.

O segundo tipo de gravação contestada nos grupos restritos tem a ver com policiais que eventualmente deixam de fazer aquilo que deveriam. No mês passado, um policial militar que estava dormindo em pé foi gravado por seu colega de trabalho, durante a madrugada e, depois, virou motivo de piada. O PM que gravou foi afastado.

“Isso se chama cuspir no prato que come. Se estiver vendo uma situação incompatível com decoro da classe, chame a atenção dele. Não jogue no Facebook para todos os PMs se ferrarem”, afirmou um policial em um dos grupos restritos à época em que a campanha foi divulgada. “Somos a única classe que produz prova contra nós mesmos”, disse outro agente.

Depois de a campanha ter sido disseminada, mais nenhum vídeo de policial em “situação constrangedora” vazou.

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