Em vídeo, transexual 'crucificada' mostra ferimentos e diz ter sido agredida em SP

Em vídeo, Viviany mostra ferimentos (Foto: Reprodução/Facebook)

A modelo transexual Viviany Beleboni, que desfilou crucificada em protesto contra a homofobia durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), compartilhou um vídeo em que aparece com  ferimentos e afirma ter sido esfaqueada e agredida em São Paulo.

"Passando na rua, aqui próximo a minha casa, uma pessoa me reconheceu, estava com uma faca - esses marginaizinhos, mendigos, sei lá - e falou que não sou de Deus", diz ela no vídeo publicado no final da noite de sábado (8). "Falou que sou um demônio e que, o que eu fiz, eu vou ter que pagar".

Nas imagens, Viviany, de 26 anos, mostra ferimentos pelo rosto, na barriga e no braço - que parece ainda sangrar. Ela diz que só conseguiu se desvencilhar do agressor por conta do seu tamanho. "Só que eu tenho 1,80 metro e sou homem suficiente e consegui apartar isso. Ele saiu correndo, mas olha só o que aconteceu comigo", diz chorando.

Ela ainda explica que não registrou a agressão na delegacia por causa do preconceito. "Pra quê? Para eles te tratarem que nem um homem e ainda rirem na sua cara?", questiona.

Ao final, ela afirma que a única medida que irá tomar é ficar dentro de casa - segundo ela, exatamente o que os religiosos querem. "Já estou cansada de ser ameaçada tanto por travesti, quanto por qualquer tipo de pessoa que não gostou do meu ato. O meu ato foi de amor para alertar sobre pessoas que, como eu, estão sangrando".

O vídeo publicado no Facebook teve mais de 344 mil visualizações e quase seis mil compartilhamentos. O portal da RedeTV! tentou contato com Viviany, para comentar o caso, mas até o momento não obteve resposta.

Veja o vídeo:

Viviany caracterizada como "Jesus Cristo" durante a Parada Gay deste ano (Foto: Reuters)

Desde junho deste ano, quando participou da Parada Gay, a atriz tem falado sobre as constantes ameaças que vem recebendo. Em entrevistas, ela justificou sua caracterização no evento como uma forma de fazer referência ao sofrimento dos transexuais que, assim como Jesus Cristo, estão sendo crucificados.