É incoerente comércio cobrar pelas sacolinhas, diz Haddad
Juliana Diógenes/Agência EstadoO prefeito fez um apelo aos empresários, pedindo colaboração para atingir a meta da Prefeitura, de 10% de coleta seletiva na cidade. Hoje, o porcentual de reciclagem é de 3%. "Se nós não pudermos contar com quem produz, com o comércio e com a chamada economia circular e engenharia reversa, que é o que nós estamos propondo, nós não vamos atingir a meta."
A Associação Paulista de Supermercados (APAS), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Fecomercio-SP foram procuradas, mas não responderam até a publicação desta matéria.
Segundo Haddad, se não houver "esforço dos supermercados e da população em geral", as duas centrais mecanizadas de triagem da cidade, onde é feita a coleta seletiva, correm o risco de ficar ociosas. O prefeito admitiu que, nestes primeiros meses de funcionamento, as centrais ainda estão subutilizadas.
Em 2014, foram inauguradas duas centrais mecanizadas de triagem: uma em Santo Amaro, na zona sul, e na Ponte Pequena, na região central. Cada uma delas custou R$ 33 milhões. Outras duas devem ser inauguradas até 2016, segundo a Prefeitura.
Um terço da cidade de São Paulo não pode ser multado por infringir a Lei das Sacolinhas. Segundo a Secretaria de Serviços, cerca de 32% das residências da capital ainda não dispõem de coleta seletiva e, portanto, não podem ser cobradas pela nova regra da Prefeitura. Atualmente, dez distritos da cidade não contam com o serviço, metade deles na zona leste: Guaianases, Jardim Helena, Iguatemi, Cidade Líder e Lajeado. Parelheiros, Jardim Ângela e Marsilac, na zona sul, além de Perus, na zona norte, e Raposo Tavares, na oeste, também não são atendidos por cooperativas nem por empresas de coleta.