19/01/2017 12:11:00 - Atualizado em 19/01/2017 14:52:00

Detentos entram em confronto no RN

Agência Brasil

Detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal (RN), voltaram a entrar em confronto na manhã de hoje (19). Pelo quinto dia consecutivo, os detentos voltaram a subir nos telhados dos pavilhões e a se espalhar pelo pátio do estabelecimento. De sábado para domingo, a unidade foi palco de uma rebelião que deixou pelo menos 26 mortos.

O confronto começou quando presos ligados ao Sindicato do Crime tentaram invadir o pavilhão 5, onde estariam os detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital, que saíram do pavilhão e foram para o pátio. Os presos, então, usaram paus e pedras para o combate. Apenas um espaço de 50 metros separa os dois grupos.

Não havia policiais dentro do presídio durante o confronto.

Agentes atiram das guaritas para tentar conter a invasão ao pavilhão 5. Os presos arremessaram objetos contra eles. Balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas das guaritas de vigilância instaladas nas muralhas da penitenciária.

Grupos de presos foram filmados transportando em carrinhos de mão alguns detentos feridos.

Viaturas da Polícia Militar fazem a ronda ao redor do perímetro externo da penitenciária e helicópteros sobrevoam o local. 

Desde o último final de semana, unidades prisionais do Rio Grande do Norte são palco de confrontos e ameaças entre presos membros de facções criminosas rivais. De sábado para domingo, pelo menos 26 presos que cumpriam pena na Penitenciária Estadual de Alcaçuz foram assassinados por outros detentos durante uma rebelião de mais de 14 horas de duração. Desde então, presos circulam livremente pelo pátio da unidade, levando facas, barras de ferro e paus. As autoridades estaduais de segurança pública desconfiam que o número de mortos no confronto entre presos pode ser maior e que corpos podem ter sido jogados em fossas de esgoto na área interna do presídio.

O governo do Rio Grande do Norte pediu ao governo federal o envio de equipes das Forças Armadas para auxiliar as forças locais a inspecionarem o interior dos presídios estaduais em busca de armas, aparelhos celulares, drogas e outros produtos e substâncias proibidas. Tropas da Força Nacional de Segurança Pública também já atuam no estado desde setembro do ano passado, auxiliando a Polícia Militar no policiamento ostensivo.

Segundo as secretarias da Justiça e da Cidadania (Sejuc) e da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), reforços policiais já estão se deslocando para o local. Parte do efetivo que vinha atuando na penitenciária nos últimos dias teve que ser remanejado ontem, quando uma onda de ataques a ônibus, viaturas e prédios públicos foi registrada em Natal e outras cidades do interior do Rio Grande do Norte.

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