Aluna de 12 anos estuprada em banheiro de escola reconhece um dos acusados
Rafael Italiani/Agência EstadoUm outro suspeito foi localizado e ouvido no 97°DP (Imigrantes) à noite, segundo Yasmin Vasques Chehade, advogada da menina. Ele teria confessado a participação no crime. O terceiro suspeito, ainda de acordo com Yasmin, está foragido.
A investigação da Polícia Civil mostrou que no dia do crime um dos estudantes, que conhecia a adolescente, chamou-a perto do banheiro e lhe deu uma "gravata". A menina foi então arrastada para o local e estuprada por 50 minutos. Os alunos faziam uma espécie de revezamento: enquanto um segurava a porta, os outros dois a atacavam. O caso aconteceu por volta das 16 horas, mas só teria sido registrado no fim da noite, o que teria impedido a polícia de apreender os jovens.
O adolescente reconhecido ontem foi fotografado e ouvido pela polícia.
Hoje, o delegado do 97º DP, Paulo Rabello, deve encaminhar o inquérito à Vara da Infância e da Juventude, órgão responsável por pedir a internação dos suspeitos em uma unidade da Fundação Casa.
Yasmin acusa a escola de omissão no atendimento à menina. "Se eles (direção da escola) tivessem avisado imediatamente à polícia sobre o ocorrido, o caso poderia estar resolvido, com a punição dos menores."
Socorro
De acordo com a advogada, assim que conseguiu fugir do banheiro, a garota avisou um dos inspetores sobre o que tinha acontecido. Em vez de levar a adolescente para uma sala, esse funcionário, segundo Yasmin, deixou a estudante sozinha no pátio. Essa conduta da escola faz com que a Polícia Civil também investigue a unidade de ensino por omissão.
A menina desmaiou no pátio e só retomou a consciência em uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico Ambulatorial (Samu). Yasmin afirma ainda que, enquanto era levada para o Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya, a vítima citou os três adolescentes suspeitos de praticarem o estupro. Depois, ela foi encaminhada para o Hospital Pérola Byington, especializado no atendimento às vítimas de violência sexual.
Na segunda-feira, 18, a Secretaria Estadual da Educação havia informado que, após o ataque, a menina tinha procurado ajuda na secretaria, onde foi socorrida após chegar com falta de ar.
Segundo a advogada, a menina, que nunca havia tido uma relação sexual, já começou a tomar medicamentos, pelo prazo de um mês, para evitar uma gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. "Ela está em depressão profunda e sofrendo as reações aos medicamentos. O cabelo está caindo."
Na terça-feira, 19, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) falou sobre o caso durante a inauguração da sede do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar. "Lamento profundamente e quero pedir punição exemplar, porque isso é inadmissível." Em nota, a Secretaria da Educação disse que "abriu apuração preliminar para averiguar a conduta da direção da escola".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.