25/03/2015 08:49:00 - Atualizado em 25/03/2015 09:06:00

CPI diz que aterro na USP Leste foi clandestino e aponta necessidade de retirada do solo contaminado

Redação/RedeTV!


(Foto: Divulgação)

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada para apurar áreas contaminadas em São Paulo aponta, em seu relatório final, a necessidade da retirada imediata do solo contaminado no campus da USP Leste (Universidade de São Paulo), que fica no bairro de Ermelino Matarazzo. A CPI responsabiliza o ex-diretor do campus José Jorge Boueri Filho pelo depósito de 109 mil metros cúbicos de terra de origem desconhecida entre 2010 e 2011. O terreno contém gás metano, que é tóxico e explosivo, e, por isso, chegou a ficar mais de 6 meses interditado pela Justiça.

O reitor da universidade, Marco Antonio Zago, afirmou à CPI, em uma sessão de agosto do ano passado, que a terra teria sido depositada por ordem de Boueri. “O que ocorre é que a Universidade de São Paulo determinou e está em curso um procedimento administrativo disciplinar, ao qual está submetido o professor Boueri, ex-diretor e o professor Edson Leite, ex-vice-diretor”.

Edson Leite, vice-diretor da gestão Boueri, afirmou em fevereiro de 2011 que, para efetuar o depósito de terra, seria necessária a autorização da prefeitura do campus e da Superintendência do Espaço Físico e da Superintendência de Gestão Ambiental, mas alegou que desconhecia o procedimento, não sabendo, assim, se houve ou não autorização dos órgãos da universidade.

Mensagens encaminhadas por e-mail para Boueri, por sua assistente na direção, a professora Rita de Cassia Giraldi, alertavam para o perigo de se depositar terra desconhecida em área de proteção ambiental, como é o caso da USP Leste. Na época, ela chegou a encaminhar ao diretor a legislação pertinente ao tema.

Um funcionário da unidade relatou à CPI que o empresário em terraplanagem Valter Pereira da Silva teria procu­ra­do Boueri para saber se, além das terras da calha do Tietê e entulhos do Carandiru, também poderia depositar terra proveniente do Templo de Salomão, obra da Igreja Universal. Boueri teria autorizado o aterro, em troca do qual a empresa Ratão, de Silva, realizaria a limpeza do mato do campus.

Há cerca de seis meses, a reportagem da RedeTV! tenta entrar em contato com Boueri, mas ele nunca quis se pronunciar.

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