07/10/2015 16:59:00 - Atualizado em 08/10/2015 07:14:00

Brasil estreia nas Eliminatórias contra freguês com cara de pedreira

AFP

Douglas Costa está em ótima fase no Bayern (CBF)

O Brasil inicia nesta quinta-feira sua caminhada por uma vaga para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Especialistas apontam que essa será a Eliminatória mais difícil de todos os tempos na América do Sul em razão da qualidade das seleções na disputa.

Pelo retrospecto histórico, a seleção brasileira não poderia sonhar com um adversário melhor do que o Chile para iniciar a campanha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, mas a 'Roja' vem embalada pelo título da Copa América, e a ausência de Neymar é mais uma pedra no caminho dos comandados de Dunga.

O Brasil não perde para os chilenos há quinze anos, desde agosto de 2000, quando sofreu um revés contundente por 3 a 0, no estádio Nacional de Santiago, palco do duelo desta quinta-feira, às 20h30 (no horário de Brasília).

Na ocasião, o técnico era Vanderlei Luxemburgo, e a seleção, que tinha Rivaldo e Amoroso no ataque, foi castigada pela maior dupla de ataque da história do futebol chileno: Salas e Zamorano, que anotaram um gol cada.

Hoje, o Chile não chega a ter tanto poder de fogo lá na frente, mas a geração atual, como um todo, é considerada a melhor de todos os tempos, chegando ao ápice em julho, com o título inédito da Copa América conquistado em casa, diante da Argentina de Messi.

Enquanto isso, o Brasil sofreu mais um vexame, com a eliminação nos pênaltis diante do Paraguai, nas quartas de final, como há quatro anos, em terras argentinas.

Dunga assumiu o comando da seleção depois do desastre da Copa do Mundo, com a dura tarefa de resgatar o orgulho e curar as feridas do 7 a 1, mas o capitão do tetra está hoje diante de uma missão mais pragmática: classificar o país para a Copa da Rússia, para evitar mais uma vergonha histórica.

Bem ou mal, o país pentacampeão mundial é o único que participou de todas as edições desde a criação da competição, em 1930, no Uruguai.

O problema é que a Copa América mostrou que o futebol do continente está cada vez mais nivelado. Não existe mais jogo fácil, principalmente fora de casa, onde a catimba rola solta e o ambiente hostil pode surpreender jogadores pouco experientes, que saíram muito cedo do país para atuar na Europa.

Kaká de olho em recorde

Diante de um Chile embalado, o Brasil começa sua trajetória sem Neymar, que cumpre nas duas primeiras rodadas a suspensão pela expulsão contra a Colômbia na Copa América e viu o recurso da CBF ser negado pelo Tribunal Arbitral do Esporte na semana passada.

Sem o craque do Barça, Dunga terá à disposição um time mais 'cascudo', com jogadores experientes como Kaká (33 anos), Daniel Alves (32) ou Ricardo Oliveira (35).

Nenhum desses atletas, porém, eram a primeira escolha do treinador. Kaká foi chamado às pressas para substituir o jovem Philippe Coutinho, lesionado, e o mesmo aconteceu com Ricardo Oliveira, no lugar de Roberto Firmino.

Acostumado a ser convocado de última hora sob o comando de Dunga, Daniel Alves, que já tinha substituído o lesionado Danilo na Copa América, entra agora para suprir a ausência de Rafinha, que pediu dispensa por priorizar a possibilidade de defender a seleção alemã.

Se Neymar ostenta números impressionantes com a 'amarelinha', somando 46 gols com apenas 23 anos de idade, deixando para trás ídolos como Bebeto, Rivaldo ou Jairzinho, Kaká também pode alcançar uma marca histórica.

O meia do Orlando City já anotou dez gols em Eliminatórias e pode se tornar o maior artilheiro da seleção nesta competição se balançar as redes contra os chilenos, igualando Romário e Zico, ambos com 11.

Dúvidas no Chile

Dos veteranos, apenas Dani Alves deve ser titular em Santiago. Dunga deve manter a base dos amistosos (vitórias por 1 a 0 sobre Costa Rica e 4 a 1 sobre os Estados Unidos) sem ter, contudo, o recurso de colocar Neymar no segundo tempo.

Contra os americanos, o camisa 10 tinha mostrado toda sua classe ao anotar dois golaços para esquentar um jogo então bastante morno.

Quem deu satisfações jogando como titular nessas duas partidas é o atacante Hulk, que vive grande fase no Zenit São Petersburgo e abriu o placar nos dois amistosos.

Pelos lados, Willian e Douglas Costa também atravessam bons momentos no Chelsea e no Bayern. O primeiro, inclusive, vem desenvolvendo uma nova arma que pode ser bastante útil: o pé calibrado na bola parada.

O meia fez gols de falta nas suas últimas quatro partidas com os 'Blues'. Seu companheiro de clube Oscar está de volta à equipe, depois de amargar diversas lesões, e será importante para articular as jogadas.

Do lado do Chile, as notícias do departamento médico não são das mais animadoras.

Esperava-se que a 'Roja' fosse enfrentar o Brasil com força máxima, mas o técnico Jorge Sampaoli revelou na entrevista coletiva desta quarta-feira que as duas principais estrelas da equipe, Alexis Vidal e Alexis Sánchez, são dúvida para a partida, por conta de lesões musculares sofridas com seus clubes.

Depois do Chile, a seleção brasileira encara a Venezuela, na próxima terça-feira, no Castelão de Fortaleza.

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