Justiça do Rio revoga prisão de dirigente irlandês acusado de cambismo na Rio 2016
Reuters
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A Justiça do Rio de Janeiro revogou nesta segunda-feira a prisão preventiva do dirigente olímpico irlandês Patrick Hickey, acusado de participação em um esquema de venda ilegal de ingressos nos Jogos Rio 2016.
Em comunicado em seu site, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio informou que o desembargador Fernando Antonio de Almeida acolheu o pedido de habeas corpus dos advogados do irlandês, que, no entanto, está impedido de deixar o Brasil e deverá devolver o passaporte às autoridades no prazo de 24 horas.
Hickey era presidente do Comitê Olímpico da Irlanda e fazia parte da cúpula do Comitê Olímpico Internacional (COI) ao ser preso pela polícia em um hotel de luxo do Rio no dia 17 de agosto, durante a Olimpíada. O dirigente irlandês foi indiciado por crime contra o torcedor, formação de quadrilha e marketing de emboscada.
?Nenhum dos três crimes imputados ao paciente tem sua pena máxima cominada em mais de quatro anos, não sendo, evidentemente, plausível em mantê-lo na prisão em que se encontra?, disse o desembargador, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio.
"Não se vislumbra que sua liberdade trará qualquer obstáculo ou risco para ordem pública, instrução criminal se, se for o caso, futura aplicação da lei penal?, acrescentou ele, de acordo com comunicado.
Mais cedo nesta segunda, o advogado Helton Márcio Pinto, sócio do escritório que assumiu a defesa de Hickey, disse à Reuters que um pedido de habeas corpus havia sido apresentado à Justiça do Rio no fim da semana passada, e que "não tem nenhuma prova contra ele".
O dirigente estava detido em uma prisão do sistema penitenciário do Estado do Rio e cumprindo regras como uso de cabelo raspado e uniforme.
No sábado à noite, o também irlandês Kevin Mallon, diretor da empresa investigada pela polícia THG, deixou o sistema penitenciário do Rio após ser beneficiado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O Comitê Olímpico da Irlanda e as empresas Pro10 e THG foram acusados pela polícia fluminense de montarem um esquema de venda ilegal de ingressos nos Jogos do Rio para faturar cerca de 10 milhões de reais.