30/05/2016 09:25:00 - Atualizado em 30/05/2016 11:40:00

Espanhol Gasol diz que cogita não disputar Rio 2016 por medo do Zika

Reuters


(Foto: Reuters)

O pivô da seleção espanhola de basquete Pau Gasol provocou uma polêmica nos meios esportivo e jornalístico da Espanha, nesta segunda-feira, ao afirmar que está avaliando se competirá ou não na Olimpíada do Rio de Janeiro, em agosto, por causa dos riscos associados ao Zika vírus.

O jogador do time norte-americano Chicago Bulls, uma das figuras mais relevantes do esporte espanhol, publicou nesta segunda-feira um artigo de opinião no jornal El País com o título "Sonho olímpico ou pesadelo sanitário", no qual questiona a realização dos Jogos.

"Estes Jogos, os primeiros da América do Sul, podem ser realmente inesquecíveis, mas corremos o risco de que o sejam pelos motivos errados", diz Gasol no texto, no qual reconhece que, para qualquer atleta, a decisão de não atuar em uma Olimpíada "seria devastadora".

"Mas com a saúde não se brinca, e já não falo somente da saúde de cada atleta, mas também dos torcedores, das famílias...", acrescenta o jogador, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012.

Após a publicação do artigo, no qual diz que a ameaça do Zika "é muito mais séria e danosa" do que se pensa, Gasol afirmou em um evento comercial em Madri: "Estou estudando", quando indagado se irá comparecer aos Jogos ou não.

Gasol pediu aos comitês olímpicos e às organizações sanitárias que informem com honestidade sobre os perigos "para que os atletas possam tomar uma decisão sabendo o risco que assumem".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeitou no sábado uma petição de diversos especialistas médicos internacionais para transferir ou adiar a Rio 2016 devido à ameaça de uma grande epidemia do vírus no Brasil.

"Com base na avaliação atual de que o Zika vírus circula por quase 60 países de todo o mundo e 39 das Américas, não há justificativa de saúde pública para adiar ou cancelar os Jogos", disse a OMS em um comunicado.

Em fevereiro a OMS declarou o Zika uma emergência de saúde mundial, e no final de março investigadores do organismo disseram que existe um "forte consenso científico" sobre seu vínculo com a microcefalia, uma má-formação craniana em recém-nascidos.

A organização recomenda que gestantes não viajem a zonas nas quais o vírus está se disseminando, entre elas o Rio de Janeiro, e também aconselha que todas as pessoas se protejam das picadas do mosquito transmissor e façam sexo de forma segura.

O Brasil confirmou mais de mil casos de microcefalia associados com o Zika, para o qual não existem vacinas ou medicamentos específicos, e investiga a possível relação em quase 4.000 outros bebês recém-nascidos.

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