Recuperada de lesão, Jade Barbosa mira temporada longe do departamento médico
Demétrio Vecchioli e Nathalia Garcia/Agência Estad"Espero poder competir esse mês. Ainda não posso fazer todos os aparelhos, mas quero voltar logo", disse Jade, com a fala pausada de quem já se acostumou a atender a imprensa após vitórias, derrotas, na praia ou quando tenta passar despercebida na área VIP da arquibancada do Ibirapuera.
Uma desenvoltura contrastante com Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, as duas meninas de 15 anos que estrearam na seleção nesta temporada e já viraram xodó da torcida - que compareceu em bom número, mas ficou longe de lotar o maior ginásio da cidade. Tímidas, as garotas ainda não sabem expressar em palavras a importância delas na seleção.
Em seu terceiro ciclo olímpico, Jade sabe das artimanhas do caminho. "No Mundial, a equipe tem cinco atletas, mas só contam as notas de quatro por aparelho. A gente precisa ter três generalistas (atletas que computam notas em todos os quatro aparelhos) e depois fazer as contas para ver quem pode somar mais para a equipe", explicou.
O Brasil, hoje, tem três generalistas: Flávia, Rebeca e Jade. Se uma delas se machucar, a classificação para a Olimpíada fica ainda mais difícil - só os oito primeiros colocados do Mundial garantem o passaporte. Até três meses atrás, nem ela nem Rebeca podiam competir.
"O ano pré-olímpico é muito importante, a gente tem que tomar muito cuidado. É importante ficar bem fisicamente", lembrou Jade, que, sem outra opção (o ginásio do Flamengo ainda não foi reformado), treina com a seleção brasileira no CT da Barra. A ginasta não foi à Olimpíada de Londres, em 2012, por não ter se apresentado à seleção. À época, ela esperava chegar a um acordo com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) com relação a patrocínios.