07/08/2015 20:53:00 - Atualizado em 27/10/2015 16:27:00

'Hoje o beisebol brasileiro está visível', exalta Paulo Orlando, 3º brasileiro a jogar na MLB

André Lucena/RedeTV!

Nascer no país do futebol e jogar um esporte que quase nenhum brasileiro entende: o beisebol. Esta é a história de Paulo Orlando que, ao lado de Yan Gomes e André Rienzo, são os únicos atletas do Brasil na Major League Baseball (MLB), maior e mais rica liga da modalidade do mundo.

Aos 29 anos, o paulistano começou a jogar beisebol aos 11 anos no time do Nikkey Sto Amaro, em São Paulo. "Nunca enfrentei preconceito no Brasil por jogar beisebol, inclusive recebi muita ajuda e incentivo dos pais dos jogadores. Aqui nos Estados Unidos sempre tem umas brincadeiras entre os jogadores, mas nada preconceituoso. Sempre me perguntam por que não fui jogar futebol. Claro que no mundo dos esportes, se falou em Brasil, o futebol está em primeiro lugar", diz Paulo Orlando em entrevista para o portal da RedeTV!.

O jogador foi para os EUA pela primeira vez aos 19 anos e disputou 1.017 partidas em liga menores ao longo de dez anos até ser chamado pelo técnico Ned Yost para fazer parte do elenco principal do Kansas City Royals, atual vice-campeão da MLB, no início da temporada em abril deste ano.

"Tudo foi parte de um processo. O beisebol por aqui tem diversas ligas e tudo depende do nível e da maneira que você demonstra e desenvolve seu jogo. Eu passei todos esses anos aprendendo com os jogos já que no Brasil nunca tinha atuado em uma liga. Foram anos aprendendo diariamente algumas técnicas e a maneira que se joga quando é um profissional. Tem também a competitividade com os outros jogadores", explica Paulo.

O brasileiro foi eleito o melhor homem da partida em sua estreia contra o Chicago White Sox, no Kauffman Stadium. Paulo Orlando teve três chances no bastão e conseguiu uma rebatida tripla, e um walk na vitória por 4 a 1. Em sua rebatida tripla, ele percorreu as três bases em 11 segundos.

"Foi um momento muito especial e um sonho se tornando realidade. Senti a importância de fazer uma rebatida válida logo na minha primeira partida e ajudei o time a sair com a vitória. Ser homenageado como jogador da partida foi mais emocionante ainda. Após o jogo recebi o carinho da torcida e foi um sinal muito importante pois a primeira impressão é que fica", exalta.

Pouco menos de dois meses após sua estreia na MLB, Paulo Orlando acabou voltando para o Omaha Storm Chasers nas divisões inferiores para dar lugar ao americano Alex Rios, que estava lesionado. Ele, no entanto, recebeu outra oportunidade e voltou ao elenco principal do Kansas City Royals composto por 25 atletas.

"Os times têm essas cláusulas de ter o controle de jogadores que estão em seu primeiro ano no time principal. Inclusive são nos três primeiros anos de serviço para a equipe até oferecerem um contrato por determinado tempo e com diferentes cláusulas. É como dizem por aqui: 'Não é só chegar na MLB, e sim se manter'. Por essas e outras coisas esse mundo da MLB é muito competitivo. Por isso é considerado a melhor do mundo", afirma o defensor externo.

Paulo Orlando mora nos Estados Unidos durante a temporada da Major League Baseball e volta para o Brasil quando as competições terminam. Ele conta que tem boa relação com os compatriotas Yan Gomes e André Rienzo. "Somos os pioneiros desse esporte e claro que se chegamos à MLB, muitos outros brasileiros podem almejar também. Hoje o beisebol brasileiro está visível para o nível mundial e os times americanos estão atrás desse talento que o Brasil pode oferecer. Os que já têm essa oportunidade estão passando por esse processo de ligas menores e em alguns anos o número de brasileiros vai aumentar cada vez mais", projeta.

(Fotos: Divulgação/MLB)

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