(Foto: Reprodução/Trace Trends)

Aos 24 anos de idade e quase 18 de carreira, o atleta paulistano Angelo Assumpção, vencedor de prêmios nacionais e internacionais, viu os rumos de sua carreira mudar depois que denunciou práticas racistas sofridas por ele dentro do clube em que atuava, no ano passado.

“Passou dos limites o racismo recreativo, sempre levam na brincadeira, mas não é. Foi algo que tive que levar para a direção e fui recebido como uma suspensão e, em seguida, uma demissão. E quando isso acontece parece que sua luta é sozinha”, avalia.

 

“Em 2015 foi um marco muito grande [na minha carreira], quando ganhei minha medalha na Copa do Mundo e aquilo realmente transformou a minha vida. As pessoas começaram a ver o Angelo. Logo em seguida desse campeonato, tive uma situação muito ruim, quando a minha história e a de milhares de brasileiros foi comparada a lixo. Foi algo muito ruim e não temos apoio das instituições”, completa.

 

Há quase um ano longe da ginástica artística, Angelo Assumpção afirma que o período está sendo difícil, mas que deseja continuar treinando, conquistando títulos e praticando o esporte que tanto ama. “Todos nós queremos deixar um legado e é esse marco que quero deixar dentro da ginástica: Um cara que independente de todas as adversidades e preconceito sofrido, que sirva de inspiração, mas de inspiração para que não aconteça mais coisas assim. Se acreditamos num futuro melhor, não podemos ver historias de Angelos, de Aranhas [ex-goleiro do Santos] e tantos outros atletas que passam por racismo”, reflete o atleta, revelando ainda que está conversando com clubes de outros países para uma possível carreira internacional. “Se eu não tiver oportunidade aqui dentro, com certeza irei para fora.