Fábio posta foto na Arena da Baixada com a polêmica camisa que o fez ser barrado
(Foto: Reprodução/Facebook)

O Atlético-PR vive ótimo momento no Campeonato Brasileiro mas, fora de campo, há uma guerra declarada entre o presidente Mário Celso Petraglia e as torcidas organizadas do time.

No último domingo (25), na vitória do Furação por 1 a 0 contra o Fluminense, o advogado Fábio Barth Wahl, de 36 anos, integrante da uniformizada "Os Fanáticos", foi barrado por seguranças ao tentar ingressar na Arena da Baixada. Os fiscais que monitoram a entrada dos torcedores alegaram que a camisa utilizada pelo atleticano não era um produto oficial do clube paranaense.

O vídeo da ação dos fiscais viralizou nas redes sociais. Fábio Wahl contou com exclusividade ao portal da RedeTV! como foi abordado 40 minutos antes do jogo, no portão que dá acesso ao setor onde as torcidas organizadas do Atlético-PR se concentram.

"Quando cheguei, aguardei a fila e, na minha vez, o segurança me revistou e liberou a entrada. Depois, chegou um segundo segurança me empurrando e dizendo que eu estava proibido de entrar, pois eu estava com a camiseta da organizada", relatou Fábio. "Depois que a coisa acalmou um pouco, eu chamei dois policiais militares que estavam próximos e pedi que o segurança lhes explicasse os motivos de não me deixarem entrar. Feito isso, solicitei que o segurança e os policiais me acompanhassem até o Juizado Especial que fica dentro do estádio para que fosse registrada a situação. Outra vez me foi negado".

Fábio, então, contou com a pressão dos outros torcedores e só conseguiu ser liberado à medida que a situação começou a tomar grandes proporções. Ele, enfim, pisou nas arquibancadas quando o hino nacional estava sendo tocado, momentos antes do pontapé inicial.

"O clima pesou um pouco porque as pessoas que acompanhavam o desenrolar da situação começaram a cobrar a liberação. Um senhor de uns 60 anos chegou a me oferecer sua própria camiseta pra entrar dizendo que ele iria embora porque aquilo era uma palhaçada. A situação perdurou por uns 10 minutos até que chegou um rádio para um dos seguranças dizendo que era para liberar a entrada", contou o torcedor do Furacão.

"Atlético até a morte" é a frase estampada na camisa da "Os Fanáticos"
(Foto: Reprodução/Facebook)

A polêmica camiseta, em questão, continha os dizeres "Atlético até a morte", em frente e verso. Fábio explicou que a organizada "Os Fanáticos" a produziu para se enquadrar às regras para poder entrar no estádio e assim atender aos requisitos para "driblar" a punição imposta pelo clube.

O portal da RedeTV! tentou entrar em contato com a assessoria do Atlético-PR, mas não obteve resposta.

Assista ao vídeo:

Entenda a proibição

Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, cortou todo e qualquer tipo de relação com torcidas organizadas do clube rubro-negro após integrantes da "Os Fanáticos" ameaçarem o atacante Walter por meio de um vídeo divulgado no mês de abril deste ano. Sendo assim, a diretoria do Furacão proibiu qualquer item ligado às uniformizadas nos jogos em que o Atlético-PR atue como mandante.

Confira a nota na íntegra da diretoria do Atlético-PR:

"O Clube Atlético Paranaense, por decisão de sua Diretoria e com base em ajustes verbais e por escrito, notificou hoje a Torcida "Os Fanáticos", assim como já havia procedido com a Torcida Ultras, de que a partir desta quarta-feira, na partida entre Clube Atlético Paranaense e Grêmio Esportivo Brasil, válida pela Copa do Brasil, estarão proibidos, por período indeterminado, a entrada e o uso no Estádio Atlético Paranaense de quaisquer adereços alusivos às Torcidas Organizadas, tais como:

a) Bandeiras de qualquer tamanho;
b) Todo e qualquer tipo de vestuário (camisas, calças, bermudas e bonés de torcida organizada);
c) Faixas de qualquer tamanho;
d) Baterias e demais instrumentos musicais;
e) Adereços de mão como as “caveiras” e outros.

Informamos, igualmente, que nos próximos dias serão recolocadas cadeiras no setor FAN do Estádio e que o atual caixote alocado na área será removido e devolvido à torcida.

Tal medida proibitiva é decorrente dos últimos e lamentáveis episódios protagonizados pelas Organizadas, com o bloqueio do ônibus do Clube e seu apedrejamento, provocando danos ao patrimônio e ameaça aos atletas e comissão técnica do CAP quando da ida ao aeroporto de Curitiba para a partida contra o C.R. Flamengo, pela Primeira Liga.

Como se não bastasse este grave e inaceitável comportamento, a Torcida "Os Fanáticos", além de hostilizar o atleta Walter Henrique da Silva durante a última partida, publicou vídeo em que o ameaça física e moralmente, com ofensas injuriosas e desrespeitosas, que acabam por atentar, novamente, contra o patrimônio e a imagem do CAP.

O CAP ressalta e manifesta com essa decisão que não tolerará qualquer ato contrário à lei, à probidade, à moral, às imagens e ao patrimônio do Clube. O futebol brasileiro não comporta mais atitudes nefastas como as aqui mencionadas, assim como episódios de violência que atentem contra o esporte, as pessoas envolvidas direta ou indiretamente com a Instituição CAP e a preservação da ordem. Este é um compromisso do CAP com suas finalidades estatutárias e com toda a sociedade.

DIRETORIAS DAS MESAS DO CONSELHO DELIBERATIVO E ADMINISTRATIVO"