14/06/2015 10:11:00 - Atualizado em 14/06/2015 15:29:00

Clubes pequenos espremem os grandes neste início de Campeonato Brasileiro

Ciro Campos, Daniel Batista e Vitor Marques/Agência Estado

Algumas das equipes que não figuram entre as "12 grandes do Brasil" demonstram neste início de Campeonato Brasileiro que ter salários milionários, grandes estruturas e visibilidade não são sinais de sucesso dentro de campo. Em meio às dificuldades, Atlético Paranaense, Ponte Preta e Sport estão deixando os grandes concorrentes comendo poeira.

Com exceção do São Paulo, os demais começam a sétima rodada vendo a parte de cima da tabela de classificação sendo dominada por estas equipes que terão mais 31 rodadas para lutar contra algo que parece muito difícil, que é conseguir se manter no topo e não serem atropelados pelos times que têm maiores cotas da TV e de patrocinadores.

O Sport e o Atlético Paranaense, por exemplo, recebem R$ 27 milhões da televisão, enquanto que Corinthians e Flamengo ficam com R$ 110 milhões cada. A folha salarial também dá uma ideia da disparidade. O mesmo Corinthians gasta cerca de R$ 8 milhões, o São Paulo R$ 7,5 milhões e o Palmeiras R$ 5,5 milhões (valor que varia por causa da produtividade). A Ponte Preta gasta R$ 1,5 milhão. O Sport paga R$ 2,5 milhões.

"Realmente é muito difícil, temos de nos reinventar com ações de marketing, com venda de mando de campo. É uma competição desigual. Recebemos a menor cota de televisão entre os 20 clubes da Série A", disse Giovanni Dimarzio, vice presidente da Ponte Preta.

Não existe fórmula mágica para o sucesso destes times. Em comum, a confiança em garotos da base, até como uma forma de minimizar as diferenças financeiras e conseguir montar um bom elenco numeroso. O Atlético Paranaense aposta tudo na garotada. Já a Ponte Preta adota o meio termo, conta com atletas de idade mediana, como Renato Cajá e Fernando Bob, enquanto que o Sport tenta equilibrar a juventude com a experiência de Magrão, Durval, Wendel, entre outros.

Apesar da satisfação pelo bom início de campeonato, os clubes sabem que ainda têm muito pela frente e podem ter dificuldades como lesões e negociações de atletas. "A gente não se ilude com isso, temos muito os pés no chão. Prefiro pensar jogo a jogo", disse o técnico do Atlético, Milton Mendes.

A Ponte Preta luta para manter Renato Cajá, o Sport perdeu Joeliton e o Atlético espera segurar Marcos Guilherme. "Para tentar amenizar a saída do Joeliton, nós trouxemos o Marlone e o André. O jeito é ir ajustando o time ao longo da competição", disse o técnico do Sport, Eduardo Baptista.

NORMAL - A exceção nas primeiras colocações, o São Paulo aposta em um estrangeiro, Juan Carlos Osório, que acredita que o equilíbrio é normal. "O futebol contemporâneo está muito nivelado, muito igual, com jogos parelhos. Exceto na Espanha, onde só dois ganham. No Brasil o campeonato é bem competitivo e qualquer um pode ganhar do outro", disse o colombiano, que acaba de desembarcar no futebol brasileiro.

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