02/07/2016 15:14:00 - Atualizado em 06/07/2016 14:36:00

Armênio de R$ 151 milhões foi dispensado pelo São Paulo em 2003

Nelson Coltro/RedeTV!


Mkhitaryan marcou 21 gols pelo Borussia Dortmund na última temporada (Foto: Divulgação/Manchester United)

O meia armênio Henrikh Mkhitaryan foi confirmado nesta quarta-feira (6) pelo Manchester United como o mais novo reforço da equipe de José Mourinho. O time inglês pagará 151 milhões de reais (42 milhões de euros) pelo ex-jogador do Borussia Dortmund.

Agora estrela do futebol mundial, Mkhitaryan já jogou nas categorias de base do São Paulo, mas acabou descartado depois de um período de testes no Morumbi.

Em 2003, o São Paulo havia firmado um projeto de intercâmbio com o governo da Armênia. O projeto levou três garotos armênios e um técnico para fazer testes no CT de Barueri (onde ficava as categorias de base do clube antes de Cotia). Entre eles estava Henrikh Mkhitaryan, menino de apenas 13 anos na época.

"Minha família ficou sabendo que um grupo de armênios tinham chegado em São Paulo. Como estávamos próximos da Páscoa armênia, meu tio pensou em traze-los para um almoço, para que se sentissem mais a vontade no país. Foi então que conheci o Henrikh, ele era o menor da turma", conta Vasken Yeginerian, brasileiro descendente de armênios. 

Depois do almoço, a família resolveu acolher o grupo de intercambistas em sua casa aos finais de semana. Com exclusividade ao Portal da RedeTV!, Vasken conta que foi complicado tirar os meninos do CT do São Paulo, pois não tinham nenhum parentesco. 

"Fui com meu pai para o CT ver se conseguia trazê-los para casa. Chegando lá, o Cilinho (treinador responsável pelos intercambistas) perguntou se éramos parentes. Virei para os meninos e falei em armênio: 'ele está perguntando se somos parentes: digam que sim', e eles disseram. Então famos para casa", lembra Vasken.

"O Mkhitaryan chamava minha mãe de 'Mayrig' (mãe em armênio). Em um dos primeiros dias, ela disse que iria fazer arroz e feijão. Ele ficou desesperado e começou a dizer que queria comida armênia", comenta o brasileiro.

O empresário Yeginerian revela que o baixinho Mkhitaryan era extremamente educado, disposto a aprender e o técnico Cilinho via talento no menino de apenas 13 anos.

"Uma das vezes que fui ao treino o Cilinho me disse: 'esse baixinho é muito bom'. Ele era extremamente disciplinado, os técnicos sempre falavam bem dele, mais do que dos outros meninos", revela.


Mkhitaryan (à direita) chegou a treinar junto com Hernanes, campeão brasileiro pelo Tricolor posteriormente (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de quatro meses treinando no São Paulo, Mkhitaryan foi informado que o período de intercâmbio tinha acabado. O garoto então voltou ao seu país, mas não desistiu do futebol. Brilhou no time armênio Pyunik e depois rumou ao futebol ucraniano, onde conseguiu grande destaque no Shakthar Donetsk, ao lado de vários brasileiros.

Em 2013, quando se transferiu do Shakthar para o Borussia Dortmund, a negociação já havia sido a maior da história do clube alemão. Agora, a venda para o Manchester United também é a maior da história do vice-campeão alemão da última temporada.

"O United nos fez uma oferta valiosa. Se a tivéssemos rejeitado, o jogador poderia sair livremente em 2017. O problema de substituí-lo seria adiado por só um ano", explicou Joachim Watzke, diretor-administrativo do Dortmund.

Depois da experiência no Brasil, Vasken teve um contato rápido com Mkhitaryan em uma conversa pelo facebook, mas o jogador de 27 anos não deixa de ser seu ídolo. "O Henrikh é herói nacional. O país tem ele como ídolo", completa.

Na última temporada, Mkhitaryan marcou 21 gols e deu 20 assistências com a camisa do Borussia Dortmund. 

Antes de Mkhitaryan, o time alemão já havia vendido o zagueiro Mats Hummels para o rival Bayern de Munique, e o meia Ilkay Gündogan ao Manchester City.

Já o Manchester United, havia contratado dois reforços antes do armênio. Eric Bailly, que veio do Villarreal e Zlatán Ibrahimovic, que estava no Paris Saint-Germain.

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