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DESVENDANDO A TECNOLOGIA
Cláudio Boghi é administrador de empresas, analista de sistemas e possui MBA em Tecnologia Educacional. É mestre em administração de empresas e em ciência da tecnologia pela USP. Atua como consultor há mais de 27 anos em tecnologia da informação e em gestão socioambiental.
 
 
postado em 02/02/2018 19h48

Uma visão espiritualista sobre a maldade disseminada na internet pelos "Bots"




(Foto:Pexels)

De acordo com a visão de mundo dualista em que vivemos e que se baseia em duas interfaces opostas e interligadas como: bem e mal, noite e dia, cheio e vazio, Deus e Diabo, e, assim, por diante, podemos perceber o quanto somos influenciados e induzidos, sempre por opções existentes entre as duas principais forças que regem este mundo, sendo o bem e mal. Por outro lado, temos uma percepção exata de que vivemos em dois universos, um material e, outro, virtual. No caso, os espiritualistas acreditam na existência de mais uma dimensão, a espiritual, que com tudo interage regendo e interagindo com nossa consciência, pensamentos e sentimentos, os quais refletem-se, por sua vez, tanto no universo material, como o virtual.
Mas, vamos, inicialmente, ater-nos no que vem acontecendo nestes dois universos que estamos vivenciando diariamente, o material e o virtual. 

Com o advento da internet no ano de 1990, e, no Brasil por volta de 1994-95, ocorreu por intermédio do engenheiro inglês, Tim Bernes-Lee, o desenvolvimento do World Wide Web (www) e a possibilidade do uso de interfaces gráficas e a criação de sites mais dinâmicos e visualmente interessantes.
Sendo assim, esta instigante inserção no mundo virtual também incitou a interação a partir da prática do “bem e do mal”, assim como acontece no mundo material.

A exemplo disto, pode-se citar o surgimento de vírus para computadores, os hackers, entre outros, com o intuito de prejudicar ou auferir vantagens a partir de pessoas desprovidas de conhecimentos sobre tecnologia. Por outro lado, para conter a onda de atos “maldosos”, surgiram pessoas que passaram a pesquisar e a criar vacinas (antivírus), firewalls (programas e equipamentos que protegem das invasões de hackers), além de empresas de segurança com seus softwares de rastreamento e monitoramento para garantir a privacidade de dados. 

Passados estes 28 anos de mundo virtual, muita coisa evoluiu e, em paralelo, ocorreu o advento da Inteligência Artificial (IA) a partir da criação de robôs. No caso do ambiente virtual, surgiram um tipo específico de robô, os chamados “bots”. Estes, vêm se proliferando, cada vez mais (para saber mais sobre bots, leia minha matéria do mês de dezembro/2017).  Os tipos mais comuns têm sido, por exemplo, programas de computadores que “escravizam” computadores de terceiros para transformá-los em bots zumbis e atacar outros equipamentos. Outros, parasitam máquinas para roubar dados ou ganhar mais capacidade de processamento, outros, ainda para se beneficiarem da nova tendência, os Bitcoins, com falsas promessas de inserção por parte dos usuários neste segmento de forma altamente vantajosa.

Existem, ainda, os bots autônomos que estão mais diretamente ligados às redes sociais, os quais se comportam como perfis fakes que espalham notícias tendenciosas e atraem pessoas isentas de um perfil crítico e não percebem intenções levianas com o propósito de ganhar mais seguidores para promover a discórdia e a desunião entre as pessoas. Sendo assim, a questão preocupante é que, é crescente o número de pessoas se deixando influenciar por estes interesses escusos, aderindo a um comportamento automático, como que fossem reprogramadas mentalmente para que tenham atitudes desequilibradas. 

E assim, semelhantes às máquinas programáveis, passam a ter atitudes autômatas. Como exemplo, temos os períodos de eleições em que muitos bots surgem criticando partidos A, B ou C, mas, que na verdade, acabam por disseminar a discórdia e sendo fontes de pesquisas de comportamentos. Com isto, o usuário por acreditar estar causando qualquer influência, iludido, gasta tempo e esforço em discussões, sendo que na verdade, que ele é apenas um mero participante, uma “isca”, que de maneira coadjuvante serve à rastreamentos diversos de acordo com diferentes interesses suspeitos.

Agora, por que citei a questão da espiritualidade em paralelo a tudo isto? Por que para muitos estudiosos do assunto, o mundo vem passando por mudanças e, por se inserir em uma fase de transição planetária, a luta entre “bem e mal” vem ficando cada vez mais acirrada. E, por incrível que possa parecer, cada vez mais, tem ocorrido o aumento pelo interesse por parte de pessoas na busca de respostas por meio da espiritualidade e de religiões de caráter abrangente que não discriminam e oferecem a lógica como instrumento para o encontro com muitas verdades reais. 

Isto tem sido interessante, pois tem ajudado no despertar de pessoas que não se davam contam de estarem sendo escravizadas por meio de sistemas de comunicação, assim como filmes de ficção científica, e estavam prejudicando a si mesmo e a outros, sem se darem conta. Como reflexo desta indução das massas populacionais, vemos, nitidamente, muitas crianças e jovens se tornarem escravos de games e de diferentes redes sociais. 

Quando se fala em redes sociais, é inúmera a quantidade de pessoas que, em plena dependência das redes sociais, sentem necessidade de manifestar seus anseios, direitos, julgamentos e opiniões a ponto de se tornarem agressivas e ansiosas, e no caso, não se dão conta de estarem, na verdade, brigando com bots. Isto acontece, principalmente, por desconhecerem sobre tecnologia da informação quando utilizada de forma irresponsável para modular comportamentos e formas de pensamento em nome de ambições desmedidas.
Com isso, os prejuízos comportamentais são inúmeros e diferenciados como: dificuldades em sair de casa, em estudar, falta de interesses em atividades físicas e motivação em ambiente de trabalho. 

Com tal alienação, o campo dos benefícios a partir de ações de malfeitores que conquistam vantagens escusas por meio de ciber-roubos, crimes cibernéticos e malware, tem causado grandes prejuízos morais e financeiros a muitas pessoas inocentes da maldade cibernética e que acabam pagando caro por isso. Sendo assim, tem sido perceptível o quanto a espiritualidade pode e tem ido exatamente ao contrário de tudo que eu escrevi acima, pois, o número de pessoas que utilizam estas tecnologias para a prática do bem, mesmo de forma caseira e sem muito entendimento tecnológico, vem crescendo. 

São muitas as aderências às causas nobres e campanhas que resgatam a dignidade humana e de outras espécies de seres. Além disto, são muitos os grupos de estudos espiritualistas que, aliados a uma ciência mais moderna têm compartilhado conhecimentos e experiências nobres que resultam na expansão da consciência de milhares de pessoas resultando em comportamentos mais virtuosos.

Portanto, cabe à responsabilidade de cada um, decidir por seu livre arbítrio, qual caminho percorrer, o que leva à bondade e o amor, ou à maldade e prejuízo de outros. Precisamos de mais agentes do bem para combater atitudes decadentes e promover ideias construtivas e que ajudem na harmonia, na prosperidade e na paz da sociedade. E você, já pensou numa nova forma de vivenciar a internet, mais interessante e menos agressiva?

Até a próxima!

 

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