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DESVENDANDO A TECNOLOGIA
Cláudio Boghi é administrador de empresas, analista de sistemas e possui MBA em Tecnologia Educacional. É mestre em administração de empresas e em ciência da tecnologia pela USP. Atua como consultor há mais de 27 anos em tecnologia da informação e em gestão socioambiental.
 
 
postado em 03/10/2016 16h21

Smartphone e Insônia

Foto: Pexels

Entrar em contato com pessoas ou não por smartphone ou tablet antes de dormir não é uma boa ideia para quem quer pegar rápido no sono. Isso acontece, porque a luz emitida por esses aparelhos não permite que o cérebro libere a melatonina, o hormônio do sono. Geralmente, o fundo branco desses aparelhos gera muita intensidade de luz, que ao entrar em contato com os olhos envia uma mensagem ao cérebro de que ainda é dia e que o hormônio (melatonina) não deve ser produzido ainda, aliado ao estresse do dia a dia, com a liberação de cortisol pelas glândulas suprarrenais na corrente sanguínea, o que ajuda a piorar sua vontade de dormir. O ideal é não mexer com smartphone e tablet até 2 horas antes de dormir.

Quando visualizamos a tela do smartphone antes de dormir, o cérebro mantém as ondas alfa em estado de atenção, pois se agitam quando a mente se “fecha” para o mundo externo, em momentos de iniciar o sono. Muitos pesquisadores acreditam que a amplificação dessas ondas reflete o fato de que a mente está se concentrando para sobrepujar a interferência elétrica nos circuitos do cérebro, causada pela radiação de micro-ondas em pulsos dos smartphones.

Semm e Vollrath – dois pesquisadores da glândula pineal, que produz internamente em nosso corpo a substância melatonina para indução do sono – comprovaram que esta converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos.  Como a glândula pineal capta ondas eletromagnéticas que vêm do smartphone e o cérebro aumenta suas ondas alfa e não há liberação de melatonina para a indução do sono, por consequência vem a insônia.

Segundo a 27ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV), em maio deste ano, o Brasil chegou a 168 milhões de aparelhos smartphones em uso, com uma projeção de 236 milhões para o ano de 2018.  Isso significa que há mais smartphones do que computadores no país. Os usuários jovens têm sido os principais motivadores desse mercado.

Um novo hábito tanto dos jovens como os mais velhos é estarem conectados à internet pelo smartphone e assistir à televisão simultaneamente. Parece-me que é uma tendência forte este processo nos próximos anos. O pior é que esse hábito no período noturno tende a crescer, ocasionando, em muitos casos, mais pessoas com insônia.

A Associação Mundial de Medicina do Sono diz que a insônia é uma epidemia global que ameaça a saúde e a qualidade de vida de até 45% da população mundial. De acordo com a instituição, o mundo vive uma epidemia de restrição do sono; e os distúrbios são um fator de risco para transtornos mentais, como depressão e ansiedade.

Uma boa dica é trocar seu smartphone 2 horas antes de dormir por um bom banho morno, depois colocar uma boa música relaxante ou ler um bom livro ou fazer um pouco de meditação e manter o quarto escuro para induzir seu sono. Com isso, o seu cérebro irá agradecer muito. 

Agora, se o problema persistir, deve-se procurar ajuda médica ou psicológica.

Até a próxima!

 

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