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DESVENDANDO A TECNOLOGIA
Cláudio Boghi é administrador de empresas, analista de sistemas e possui MBA em Tecnologia Educacional. É mestre em administração de empresas e em ciência da tecnologia pela USP. Atua como consultor há mais de 27 anos em tecnologia da informação e em gestão socioambiental.
 
 
postado em 02/03/2018 16h09

A OMS já está considerando que o vício de games gera distúrbios mentais




(Foto:Pexels)

Para esclarecer, a OMS, é a Organização Mundial de Saúde que em inglês podemos encontrar com WHO (World Health Organization), é uma agência especializada em saúde e fica sediada em Genebra na Suíça.

Recentemente, a OMS passou a considerar pela primeira vez, que o vício em jogos de vídeo games e até mesmo nos smartphones, por meio de app, ou por comunidade de whatsapp, ou pelas mídias sociais ou até mesmo em sites de internet um distúrbio mental.

A 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID-11) irá incluir a condição sob o nome de "distúrbio de games". O documento descreve o problema como padrão de comportamento frequente ou persistente de vício em games, tão grave que leva "a preferir os jogos a qualquer outro interesse na vida" e isso tem preocupados muitos pais em todo mundo.

Para a BBC de Londres, as pessoas diagnosticadas com essa doença não têm controle de frequência, intensidade e duração com que jogam videogame; e continuam ou aumentam ainda mais essa frequência, mesmo após ter tido consequências negativas desse hábito.

Em contrapartida, as empresas que desenvolvem games vem estudando o comportamento das pessoas que fazem uso dos mesmos e chegaram a uma conclusão que as pessoas não têm problemas, quando eles são apenas “empolgados” jogadores de videogame.

Claro que nenhum médico quer deixar os pais confusos com essa resolução da OMS, porém vale a pena pesquisar o comportamento dos filhos.  Para o médico, Richard Graham, do Hospital Nightingale, de Londres, estar empolgado pode ser o caminho para uma nova carreira na área de games ou, para novos negócios ou, pelo menos, para uma grande diversão da qual você pode participar para aliviar do stress do dia-a-dia.

As empresas que produzem jogos, estão pressionando a OMS a rever esta resolução, mas na minha opinião, a mesma não vai retirar da CID-11, o distúrbio de games.

Se seu filho ou outra pessoa passa muito tempo em jogos on-line tem que se tomar cuidado. O jogo Baleia Azul assustou e assusta muitos pais pela facilidade em envolver grande massa de pessoas que acabam sendo influenciados pelo game. Já ocorreram mortes e até mesmo a ingestão de desodorantes, remédios e outras drogas, onde o objetivo final do jogo é o óbito. 

Uma boa parte dos games em 3D, tem como o foco principal, lutas, brigas, guerras e mortes que são problemas que enfrentamos no mundo todo e é passado aos games com extrema naturalidade. Na minha opinião, já está na hora de reverter isto, com novos modelos de games que tragam mais benefícios para os jovens, como por exemplo a gameficação no ensino de matemática, português, física e outras disciplinas.

Cabe cada escola, olhar e perceber o comportamento dos alunos, principalmente do ensino fundamental 1, fundamental 2 e ensino médio colocando câmeras de vídeo nas salas de aulas e se possível, em outros lugares para verificar o que, e quanto tempo eles passam no smartphone. Lógico que uma boa conversa entre pais e filhos também irá ajudar muito as escolas a mapearem quem está usando muito o smartphone no intervalo, ou nas saídas aos banheiros durante o período de aula, claro visto e gravado pelas câmeras. Ressalto também, a importância dos pais olharem se os filhos fizeram os deveres de casa, participar das reuniões na escolas, entrar sempre em contato com a orientadora pedagógica para saber como está a saúde mental do seu filho. Caso perceba que o rendimento acadêmico caiu, o pai deve analisar o seguinte, o filho está isolado, não tem vontade de fazer nada, não quer sair de casa, não quer ter uma vida social com seus colegas da mesma faixa etária fora do computador e smartphone, não quer ajudar os pais nas tarefas do dia-a-dia em casa como, lavar os pratos e talheres depois das refeições, limpar seu quarto, ajudar os pais entre outras atividades, então já está na hora de pedir ajuda a um psiquiatra, um psicólogo, entrar em contato CVV (Centro de Valorização da Vida) e procurar também uma ajuda religiosa.

Enquanto isso, esperamos o resultado das conversas das empresas de games e a OMS sobre o distúrbio de games. 

Deixo aqui a minha opinião como uma pessoa que trabalha com Tecnologia da Informação, tudo tem limite, os jogos são bons, ajudam a desenvolver raciocínio lógico e matemático entre outras coisas, porém tudo tem que ter limite. A vida não é só games, sempre é bom dar uma volta, ir ao cinema, passear com o cachorro, fazer atividade física, tocar um instrumento musical, namorar, conhecer novos amigos que sejam do mesmo nível que você para trocarem ideias futuras e ser feliz. “Concordo com a descrição que a OMS fez da patologia, mas não é o jogo ou a tecnologia que vão gerar esse comportamento preocupante”, afirma Lynn Alves, professora com pós-doutorado na área de jogos eletrônicos e aprendizagem. Para ela, a questão possui outro viés, que é ligado ao comportamento de cada um. “Se a pessoa está propensa a desenvolver algum transtorno, essa compulsão pode se manifestar pelo jogo, mas também por muitas outras atividades".

Até a próxima!
 

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