Uma campanha nas redes sociais organizada por famosas contra o assédio sexual teve início nesta terça-feira (4). Com a hashtag "#chegadeassédio", atrizes e apresentadoras como Fernanda Lima, Grazi Massafera, Taís Araújo, Bruna Marquezine, Sophie Charlotte, Angélica, Tainá Müller, Agatha Moreira, Astrid Fontenelle e Cleo Pires, usaram o Instagram para se manifestar contra o problema, que atinge mulheres do mundo todo.
Na mobilização, as famosas publicaram fotos usando uma camiseta branca com a frase de protesto ou divulgaram a arte da campanha.
O protesto surgiu após o caso que envolveu o ator José Mayer vir à tona. O ator foi acusado de assédio sexual por uma figurinista da Rede Globo, Susllem Meneguzzi Tonani, de 28 anos, que publicou um texto no blog #AgoraÉQueSãoElas, do jornal "Folha de S. Paulo", na última sexta-feira (31), relatando como foi abordada por Mayer no camarim.
"Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buce** e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar em meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua 'piada'. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade", descreveu.
José Mayer tentou se defender e pediu que as pessoas "não misturem realidade com ficção". "Respeito muito as mulheres, meus companheiros e o meu ambiente de trabalho e peço à todos que não misturem ficção com realidade", disse o ator que também declarou que as palavras e atitudes que ele atribuiu são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra, que ele interpretava na novela "A Lei do Amor".
O caso, por sua vez, está longe de ser esquecido. Na legenda de uma foto compartilhada em seu perfil no Instagram, em que aparece usando a camiseta da campanha, Astrid Fontenelle pediu para que o assédio não seja "silenciado". "Sim, mexeu com uma, mexeu com todas. Hoje daremos mais um passo importante no movimento da sororidade - juntas somos mais fortes! Precisamos nos unificar e falar de assédio no trabalho, que na grande maioria dos casos é silenciado. Não pode!", escreveu.